Soberba versus Avareza

Antes de começar a mudar os meus hábitos, eu gastava dinheiro sem pensar muito. Desde que comecei a ganhar algum dinheiro, meu foco quase sempre era em adquirir alguma coisa. Meu programa favorito de domingo era passar o dia na minha livraria preferida escolhendo novos livros para ler.

Esses hábitos de consumo não chegaram a me colocar numa situação de endividamento, mas com certeza, me impediram de estar numa situação financeira bem mais privelegiada do que estou hoje.

Nos últimos anos, por influência do meu marido principalmente, venho mudando minha atitude em relação ao consumo.

Algumas das mudanças foram acidentais, como por exemplo, termos um carro só. Vendemos o segundo carro para ajudar um familiar, mas acabamos nos acostumando a dividir o carro e consequentemente reduzimos nossos custos.

Outras foram intecionais, como não comprar mais nada em pagamentos parcelados no cartão de crédito e limitar o número de livros que eu compro dentro de um mês.

Inicialmente, a mudança foi bastante radical. Por uns meses, praticamente suspendi o consumo totalmente. Cheguei a ficar 3 meses sem comprar nem ao menos um livro novo. Como toda a dieta muito radical, teve efeitos negativos.

Depois de um tempo, a abstenção total de consumo me deixo um pouco infeliz. Por sugestão do meu marido, comecei a retomar alguns hábitos. No entanto, todo gasto passou a me trazer um certo sentimento de culpa. Eu sempre fico pensando que poderia ter dado outro destino aquele recurso.

A solução temporária que encontrei foi fazer listas. Sempre que penso em comprar alguma coisa nova, entra para uma lista. Depois de uns dias na lista reavalio, se a aquisição atender ao meu mantra, vou adiante. Foi o que aconteceu com o meu relógio. Há bastante tempo, meu marido critica o meu relógio de pulso por entender que não era adequado a minha apresentação profissional.  Levei aproximadamente 3 meses para escolher um novo relógio e cerca de 5 minutos para adquirí-lo. Apesar do modelo adquirido ter desagrado o meu marido, estou bem satisfeita. Me parece que paguei um preço razoável por algo que eu realmente estava precisando.

O meu ponto aqui era no sentido de que precisamos encontrar equilíbrio. Não adianta viver uma vida de contenção total em função do futuro mas também não podemos viver como se não houvesse amanhã. Assim, seguem algumas dicas que tem me ajudado no processo:

  • Conhecimento é poder. Sempre que entendemos claramente o retorno ou benefício de um gasto é mais fácil avaliar se ele é necessário mesmo.
  • Experimente coisas novas. Pode parecer complementar ao anterior, mas experimentar coisas novas pode ser uma forma de compensar as limitações em outras áreas.
  • Busque qualidade. Isso sempre me lembra de comida. Preço apenas não diz muito, é preciso que você receba a qualidade proporcional ao preço. Cuidado.
  • Apoie causas importantes. O que eu tenho tentado fazer é prestigiar o produto local e sustentável. Custa um pouco mais caro, mas gosto de pensar que estou ajudando o planeta.

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