Ninguém é perfeito. Isso deveria ser óbvio, mas tendemos a esquecer esse fato – frequentemente. Julgamos as outras pessoas mais pelos seus erros dos que pelos seus acertos, e somos ainda mais críticos em relação aos próprios erros. Faço isso o tempo todo. Quando faço alguma coisa que sei que está errada (ou é apenas fútil), me arrependo e critico as minhas ações o que as vezes me leva a cometer mais erros.
Ultimamente, por exemplo, tenho me debatido com a reeducação alimentar e o programa de exercícios. Claro que sempre há um fator externo para culpar, como a fratura do pulso que me impediu de continuar com os exercícios por um tempo ou a correria de um prazo que me fez pular as refeições e comer qualquer coisa. A verdade é que fiz escolhas ruins. Felizmente não há danos permanentes. Na última semana, já retomei a caminhada e estou revendo a alimentação mais uma vez.
Nos anos que passaram, muitas vezes eu me debati com erros financeiros. De fato, eu ainda cometo alguns erros de tempos em tempos. Tenho certeza que não sou a única.
Ninguém atravessa a vida sem alguns erros. Ninguém enriquece sem tropeçar de vez em quando pelo caminho. Quando você faz algo idiota (ou quando algo estúpido acontece com você), é fácil sentir-se desencorajado. Você pode desperdiçar muito tempo reagindo aos problemas – reparos de emergência no carro ou na casa, gastos inesperados com a saúde ou outras coisas. A melhor forma de lidar com os imprevistos financeiros é se preparar para eles.
Na minha experiência, existem duas formas essenciais de se proteger de forma pró-ativa dos perigos financeiros:
- Educação. Quanto mais você sabe, melhor pode lidar com os problemas. Leia livros de finanças pessoais, revistas, e blogs. Conheça pessoas que controlam suas finanças e busque conselhos. Aprenda como os outros lidam com experiências comuns. Um efeito colateral da educação é que reduz o stress; quando algo der errado, e acredite algo vai dar errado, você saberá que outros já encontraram uma forma de lidar com isso e que você também conseguirá.
- Preparação. Educação sozinha não é suficiente. você também precisa dar os passos necessários para se preparar para erros e imprevistos financeiros. Uma das melhores formas de fazê-lo é criar um fundo de emergência, uma reserva de dinheiro para ser usada somente quando algo de errado ou imprevisto acontecer. Separar R$500, R$1000 ou R$10.000 numa conta de poupança ou outro investimento livre de risco é um seguro barato; com esse colchão, seus planos financeiros não podem ser derrubados por uma crise isolada (a menos que seja um tsunami, é claro). Outra forma, é ter certeza que a sua coberta de seguro (vida, saúde, carro e casa, por exemplo) é adequada para enfrentar eventuais problemas.
Mesmo que você esteja preparado e educado, você ainda vai cometer erros de vez em quando. A despeito da minha constante vigilância, eu ainda saio da livraria com meia dúzia de livros de vez em quando. Ou volta para casa com um carro novo uma vez por ano.
É importante saber como se recuperar quando as coisas ruírem. Algumas das minhas estratégias para minimizar os danos:
- Não entre em pânico. Relaxe e não surte. Depois de cometer um erro, dê um tempo a si mesmo (sem gastar mais dinheiro ainda, é claro) para avaliar a extensão dos danos. Como o ditado, não adianta chorar o leite derramado. Algumas vezes, apenas deixando passar alguns dias, é possível encontrar a perspectiva necessária para solucionar o problema.
- Se possível, desfaça o erro. Alguns erros são reversíveis. Se for possível devolver o que comprou, devolva. Se não for, avalie se é possível vender algo para cobrir o rombo..
- Não se enterre mais ainda. Dinheiro gasto é dinheiro gasto. Mas só porque você gastou R$600 no plano da academia que você não vai frequentar não precisa se iludir e gastar mais ainda com roupas para exercício ou um tênis novo. Não use o seu erro para justificar outros gastos desnecessários só para esconder a sua culpa.
- Mantenha as suas metas em foco. Um erro é só um atraso no processo: um bloqueio no caminho para algo mais importante. Aceite o passado e foque no futuro.
Erros podem ser desencorajadores – eu sei – mas lembrem-se que erros podem ser um aprendizado disfarçado.
Existe um ditado japonês sobre perseverânça que traduz como “caí 7 vezes, me levantei 8”. Eu gosto da idéia, profissionalmente, costumo dizer que as pessoas bem sucedidas na carreira que escolhi foram aquelas que não desistiram nos momentos de dificuldade. Acho que se pode dizer que os bem sucedidos caíram tantas vezes quanto os mal sucedidos, a única diferença é que os bem sucedidos aprenderam com os seus erros, levantaram e continuaram marchando na direção de suas metas.