2014.17 – Para relembrar: regras de ouro em finanças pessoais

Já falei nisso várias vezes, mas não custa relembrar. Precisamos nos educar a cerca de finanças, para que as gerações futuras possam conversar sobre dinheiro com naturalidade e escapar das armadilhas de consumo e estilo de vida.

Além de conversar sobre o tema, é preciso colocar em prática. Então vamos relembrar as regras de ouro.

1. Gaste menos do que ganha

O nosso estilo de vida é o que determina a nossa necessidade de recursos. Assim manter um estilo de vida dentro das nossas possibilidades, ou em outras, palavras sustentável é essencial para organizar nossas finanças. É esse estilo de vida que vai determinar se seremos capazes de manter nossa qualidade de vida e criar patrimônio para aproveitar a vida durante todas as suas fases ou se vamos viver de um contracheque até o outro trabalhando até o último suspiro.

Em termos práticos, isso significa manter os gastos mensais abaixo da nossa renda, de modo que exista sobra capaz de ser investida para sonhos e projetos familiares de curto, médio e longo prazo.

Viagens, casa própria, um carro novo, cursar um MBA, dentre outras realizações, são exemplos de decisões que precisam ser pensadas de acordo com o estilo de vida, e não o contrário (muita gente compra para só depois ver como vai conseguir pagar).

Uma referência para começar a planejar um orçamento é a fórmula do equilíbrio financeiro.

Converse com a família e faça um orçamento por escrito. Comprometa-se com ele, ajuste o seu estilo de vida à sua restrição de renda.

2. Cuidados com as dívidas

É preciso entender as implicações de viver em um país com uma das taxas de juros mais elevadas do mundo. Por aqui, os juros do cartão de crédito são, em média, de 238% ao ano. No Peru, os juros são de 55%; no Chile, 54,24%; na Argentina, 50%. Nos EUA, a taxa média é de 17% ao ano.

Isso significa que uma dívida não paga no cartão de crédito pode dobrar em pouco mais de seis meses aqui no Brasil. O cheque especial também é perigoso na medida em que juros elevados (130% ao ano) e é muito fácil de usar. Tenha em mente que crédito fácil é crédito caro.

É prudente, portanto controlar o nível de endividamento familiar para não permitir que os juros cobrados criem o famoso efeito “bola de neve”. É consenso entre especialistas que o nível máximo de dívidas ou compras parceladas não ultrapasse 30% do orçamento familiar mensal. Eu particularmente prefiro buscar viver totalmente livre de dívidas a exceção do financiamento imobiliário.

3. Tenha uma reserva para emergências

Já gastei o meu latim falando sobre a importância de termos um fundo de emergência. E se você perdesse o emprego hoje, por quanto tempo suas economias manteriam seu padrão de vida atual? O que acontece com o orçamento familiar se um dos membros da família parar de trabalhar? Como lidar financeiramente com uma emergência grave de saúde?

As perguntas são fortes, mas representam situações cotidianas. Embora não queiramos vivenciar momentos assim, é preciso considera-los e aceitar que eles podem ocorrer a qualquer hora e com qualquer um (e isso inclui você e sua família!).

O fundo de emergência consiste em um ter um dinheiro guardado em uma aplicação financeira livre de risco para ajudar nos momentos de estresse e falta de recursos. É como se você fosse seu próprio banco, emprestando dinheiro para resolver problemas graves, mas sem cobrar juros. Para determinar o valor necessário no seu fundo de emergência é necessário conhecer as suas necessidades. A recomendação geral é um valor entre 3 a 6 meses das suas despesas fixas mas é preciso adaptar o valor para a sua realidade.

 

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