Já discuti em uma publicação anterior a questão do aluguel versus compra da casa. Mas a questão de aluguel versus compra, na verdade, é mais ampla do que apenas a casa própria. Podemos fazer mesma discussão com coisas do dia como acesso a filmes ou música. A maioria das pessoas espera que alguém que se propõe a falar de finanças deveria incentivar as pessoas a comprar coisas e não jogar dinheiro fora com aluguel das coisas que gosta.
Esse é certamente um conceito interessante. No meu caso, sou contraditória: prefiro alugar um imóvel na melhor localização possível do que comprar um imóvel que fique distante, isso considerando que vou usar o mesmo valor para alugar ou pagar um financiamento. Outras coisas como música e filmes, prefiro normalmente comprar do que alugar ou fazer uma assinatura para conteúdo. Assim, acho que eu diria que tanto comprar como alugar pode ser uma coisa boa. No fim, me parece que a questão não é usar um caminho ou outro, mas sim encontrar a melhor solução para alcançar o que você precisa ou procura. Algumas vezes, você gastará mais dinheiro alugando do que se comprasse direto. Em outras, o contrário é verdadeiro.
A maior parte das coisas não são investimentos. Elas perdem valor no momento que você as leva para casa e continuam a se depreciar ao longo do tempo. Isso é um fato para quase tudo desde carros até vestidos de noiva. Existem algumas coisas que podem se valorizar ao longo do tempo como imóveis ou itens de coleção.
A nossa decisão, no entanto, as vezes é influenciada por aspectos culturais e psicológicos. Por exemplo, qual brasileiro não esperou e se endividou ansiosamente pela compra do primeiro carro ou casa?
Em alguns países, foi identificado um movimento de pessoas que se consideram consumidores transitórios ou transumers. Essas pessoas fazem um esforço para possuir o mínimo possível, alugando o que precisam ou desejam. Eles não são os novos hippies. Eles são jovens profissionais que alugam carros, mobílias e, às vezes, até as roupas. Eles só querem se manter na crista da onda, acompanhando as últimas tendências.
Alugar ou Comprar?
Como decidir então entre comprar ou alugar? No final das contas o objetivo é minimizar a despesa para adquirir as Coisas que deseja.
- Considere o custo. Quanto custa para comprar o objeto? Qual a taxa de aluguel? Quanto tempo de aluguel até você ter pago o valor de compra do bem?
- Considere a frequência que você usa o item. É algo que você só vai usar poucas vezes, como uma lavadora de alta pressão ou um vestido de festa? Ou algo que você precisa ter a mão o tempo todo, como um tênis de corrida por exemplo?
- Considere por quanto tempo você pretende usar o item. Você pretende manter essa residência por um ano, ou pelos próximos 20 anos? Precisas de um automóvel para os finais de semana ou para o deslocamento diário ao trabalho?
- Considere o valor de revenda. O item se valoriza ao longo do tempo ou vai perdendo o valor pelo uso ou pela mudança de tecnologia?
- Considere o impacto do seu uso no item. Algumas das nossas coisas simplesmente se deterioram. Outros sofrem pouco impacto pelo uso. Você vai comprar um sofá que vai ser destruído por crianças ou pelo cachorro?
Não existe uma resposta simples para a questão aluguel versus compra.
O importante é considerar os aspectos acima para determinar o que faz mais sentido para você. Não é uma equaçào matemática que vai chegar a uma solução perfeita. Mas se fosse para simplificar você deveria comparar o custo do aluguel pelo tempo que pretende manter o bem com o seu custo de aquisição e manutenção pelo mesmo tempo.
Além do custo, é preciso considerar os aspectos psicológicos. As pessoas parecem preferir comprar as Coisas do que alugá-las. Com exceção do imóvel, eu raramente alugo outras coisas. Sou dona do meu carro, dos meus DVDs, CDs e livros. Considerando o ritmo em que troco de carro, talvez alugar fizesse mais sentido mesmo.
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