A matemática do carro novo

Um dos meus colegas de trabalho anda se informando sobre as condições de mercado para adquirir um carro. Entre as muitas perguntas que uma pessoa deve fazer nessa hora, a primeira delas na minha opinião seria: realmente preciso de um carro? Ou de um segundo carro, para muitas famílias?

O primeiro carro é quase um marco de transição na vida adulta dos brasileiros então eu não vou questionar muito a sua necessidade. Mas a aquisição do segundo veículo pela família deve ser avaliada cautelosamente.

Quando nos conhecemos, eu e meu marido tinhamos cada um o seu carro.  Acabamos tendo que vender um dos carros para atender uma necessidade financeira e no fim nos acostumamos a ter apenas um veículo. Ajuda muito o fato de eu morar numa localização privilegiada em relação ao meu trabalho e detestar dirigir no trânsito caótico da cidade.

Um carro custa bem mais do que o preço de aquisição do veículo. É preciso incorporar o IPVA, o licenciamento, o seguro, o estacionamento se não dispor de outra vaga na residência e a manutenção, só para começar a listar os gastos adicionais. Na maioria das vezes, compensa mais andar de táxi do que ter um segundo veículo.

O que nos leva a segunda pergunta: quanto posso comprometer da minha renda com a aquisição e manutenção de um veículo? A resposta depende da necessidade. Se o veículo é um instrumento essencial para o trabalho, provavelmente se justifica comprometer um percentual maior da renda. Agora se o uso é para lazer, muito cuidado.

A tentação do carro novo está presente todos os dias em quase todos os lugares. Desde o carro novo do seu colega de trabalho até o anúncio gigantesco no seu trajeto diário.  Mas existem muitas armadilhas na compra do carro.  Primeiro, não existe juro zero. Tomemos o anúncio da zero hora de hoje: Novo Ford Focus com 50% de entrada e saldo em 24x sem juros.  No entanto se você ler a nota de rodapé, encontrará a tão famosa TAC, ou taxa de avaliação de crédito de R$930,00.  O anúncio não diz o preço do veículo, mas assumindo o valor da tabela Fipe R$57.327,00, temos uma taxa de juros efetiva de 0,26% ao mês.

Isso explicado quando vale a pena financiar?  Assumindo que pagar a vista é uma opção viável, é claro. A resposta matemática é sempre que a taxa de retorno dos seus investimentos for superior a taxa de juros efetiva.

Uma última consideração sobre a compra de carro: negocie. O vendedor sempre tem uma margem para reduzir o preço e fechar a venda. Pechinche!

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