Na semana passada eu me dei conta de uma coisa: estou sem dívidas há mais de 1 ano. Essa é uma realização e tanto, considerando que eu tive dívidas durante toda a minha vida adulta. Claro que temos investido em imóveis na planta, então de certa forma temos uma dívida correspondente aos contratos, mas como os imóveis não estão prontos ainda e estamos na fase de pagar a entrada através de poupança, não os considero como dívida. Nosso carro foi comprado sem dívidas, nossa casa é alugada. Nossos cartões de crédito estão em dia.
Infelizmente não posso dizer o mesmo das minhas demais metas, tenho uma tendência a deixar coisas pelo caminho. Estabeleci 3 metas para 2011:
1 – Saúde e bem estar. Em linhas gerais, a meta buscava melhorar a minha qualidade de vida através da redução de peso (6kgs) através da reeducação alimentar permanente e atividade regular bem como gerenciamento de stress que será monitorado através de indicadores como pressão arterial, nível de colesterol, qualidade do sono, etc dentro dos padrões indicados para a minha idade. Perdi apenas a metade dos kilos previstos na meta, e poderia dar diversas desculpas para esse fracasso como a fratura do punho que sofri no final de julho e me impediu de fazer exercícios ou o volume muito maior de viagens a trabalho do ano que dificultou a meta de reeducação alimentar. De verdade, eu não dei atenção apropriada às minhas metas.
2 – Melhorar o retorno dos meus investimentos. Esse ano, nossa meta dizia respeito a qualidade dos nossos investimentos. Aprimoramos o conceito de orçamento doméstico, ainda mantendo o nível de investimento em 20% da renda. No entanto, a meta era melhorar a rentabilidade (8% ao ano líquido de impostos e inflação) através da busca de novas alternativas de investimentos. Nesse caso, apesar de não termos melhorado a rentabilidade, continuamos alocando uma parte da renda para investimentos. A rentabilidade esse ano ficou muito prejudicada pela perda acumulada do nosso investimento em renda variável que acompanhou os resultados terríveis da Bolsa.
3 – Aprender algo novo ou ampliar o conhecimento alternativo. A terceira meta para o ano e desenvolver uma habilidade alternativa. Algo que eu possa usar no futuro quando a minha carreira atual se esgotar. Nesse caso, então não fiz absolutamente coisa alguma. Para me redimir, só tenho a dizer que tive um ano bem mais ocupado do que previa em termos profissionais e o pouco tempo disponível dediquei para estudar espanhol que se mostrou uma deficiência que preciso resolver com urgência.
Falta de compromisso custa caro
Do ponto de vista de finanças pessoais, é um hábito caro começar coisas que não terminamos nunca! Por exemplo, para buscar a minha meta de saúde e bem estar me inscrevi numa academia que devo ter frequentado poucas vezes no ano. Dinheiro jogado fora.
O custo de não terminar o que começa é ampliado quando você pensa nas metas de finanças. O recurso gasto na academia não só acabou sendo um desperdício do ponto de vista da meta de finanças pessoais como também desviou recursos que poderiam ser utilizados para outras metas financeiras como atingir a independência ou a próxima viagem de férias.
Além desse aspecto financeiro, em minha experiência, as metas não atingidas e abandonadas pelo caminho minam a nossa confiança em perseguir novas metas. Não é bom ser lembrado dos fracassos que tivemos pelo caminho, ainda mais quando eles resultam da nossa incapacidade de manter a disciplina.
Como alcançar a linha de chegada
Digamos que você, assim como eu, tem algumas metas que nunca consegue atingir. Você se inspira, mas a vida acontece e essas metas se perdem pelo caminho. Como alcançá-las, e se não é possível no momento, vale a pena perseguí-las? Aqui vão quatro perguntas para você começar a pensar a respeito:
- Você leva essa meta a sério? Eu não levei a sério a atividade física, não dei a essa atividade a mesma importância na agenda que dou para os meus compromissos profissionais. Se a sua meta for apenas um modismo, abandone-a. Não continue a jogar tempo e dinheiro fora com algo que você nã se interessa e obviamente não dá importância. Se você leva a sua meta a sério, prossiga para a próxima pergunta.
- Quando você pode trabalhar pela sua meta? Eu nunca pensei dessa forma. Inúmeros artigos e livros dizem, “Seja específico!” e “Divida seu objetivo em passos menores!” e eu aparentemente nunca aprendi. Literalmente coloque suas metas na agenda.
- Qual a cara do success para você? Talvez não exista um fim específico em vista, como no caso de aprender uma coisa nova. Há sempre algo novo para aprender e tentar acertar algo para ocupar o meu tempo daqui há mais de 20 amos é bastante incerto. Mas talvez a sua meta seja algo específico como economizar R$10 mil num fundo de emergência. De novo, coloque por escrito.
- Como você vai monitorar o seu progresso? A menos que você consiga ver progresso, você vai perder interesse. Com uma meta de poupança, você Consegue monitorar o progresso com gráficos em qualquer aplicativo de finanças ou numa planilha de excel. Em outras metas, talvez você precise definir etapas a serem atingidas, milestones, para avaliar o seu progresso.
Certas metas não são fáceis de perseguir. Há dias em que eu tenho vontade de correr da balança. Meses em que não presto a atenção que deveria as minhas finanças. Mas cada vez mais eu tenho me sentido mais comprometida com as minhas metas, mesmo aquelas que parecem muito distantes.