Sou da opinião que a educação, e com ela a possibilidade de aprender, é um dos melhores investimentos, definitivamente. Com educação não só melhoramos nossa qualificação e consequentemente ampliamos às oportunidades de ampliar a nossa renda o que é um retorno direto do investimento como também nos ajuda a evoluir, em última instância, nos torna pessoas melhores.
Acredito que para conquistar espaço e ser reconhecido, é fundamental esforço para aprender. Sempre ouço pessoas citando exemplos como Bill Gates ou Steve Jobs, que não se formaram e conseguiram chegar muito longe. É verdade, mas todos eles foram pessoas que, mesmo fora da universidade, se empenharam muito em aprender. Segundo a pesquisa de Malcolm Gladwell para o livro “Outliers”, Bill Gates já tinha acumulado mais de 10.000 horas de programação quando criou a Microsoft.
Por isso, todo esforço que se faz é importante para conquistar algo lá frente (quem não se lembra do discurso de Jobs falando de “conectar os pontos”, não é mesmo?). Aprendizado pode acontecer (ou não acontecer) em qualquer meio: na faculdade, no trabalho, na rua, no convívio com amigos, em casa e por ai vai.
Em 2010, eu fiz uma experiência lecionando para alunos de graduação. Eu acreditava e ainda acredito que a Academia precisa de ajuda dos profissionais ativos no mercado para aproximar o conteúdo que é oferecido das demandas que os profissionais enfrentam ao ingressar no mercado de trabalho. Qual não foi a minha frustração ao enfrentar a falta de interesse, de respeito e de vontade de uma grande parcela dos alunos. O que tocou mais nesse processo foi perceber que a maioria dos alunos que eu conheci tem uma postura totalmente alheia, como se a responsabilidade pela formação fosse exclusivamente da Universidade e dos professores.
A responsabilidade de quem aprende é enorme. Não dá para ensinar quem não quer aprender. Até concordo, que talvez o problema seja mais profundo do que a simples falta de interesse. Nosso sistema educacional é, para dizer o mínimo, precário desde o ensino fundamental. Preparamos jovens que decoram conceitos para passar em algum exame.
Insisto mais uma vez que o conhecimento está à disposição de todos. Quem pode e tem a oportunidade de buscar uma universidade para realmente estudar, tem todo meu apoio. Mas, também vi muita gente que frequenta a faculdade como um local para encontrar os amigos no barzinho e nas festas apenas. Uma pena.
Depois desse desabafo, melhor voltar ao tema. Afinal, dá para dizer que o investimento em educação tem retorno garantido? Deveríamos fazer uma avaliação financeira ao escolher a carreira?
Segundo o IBGE, entre os brasileiros com 25 anos ou mais sem instrução ou com o fundamental incompleto, 71,6% não têm rendimento ou têm renda familiar de até um salário-mínimo por pessoa. Dos que completaram ao menos a graduação de nível superior, 10,7% tinham renda familiar de até um salário-mínimo por pessoa; 16,2% participavam de casas com renda entre dois e três salários mínimos por pessoa; e 20,5% tinham renda domiciliar entre três e cinco salários-mínimos por pessoa. Acho que podemos dizer que sim, educação tem uma relação direta com aumento da renda e, portanto, podemos assumir que investir em educação tem retorno do ponto de vista financeiro.
Por outro lado, tenho um pouco de resistência em aconselhar que a pessoa escolha a carreira com base em uma análise financeira. Eu acredito que a avaliação do mercado de trabalho é um componente importante na escolha da carreira mas não deve ser o único. De novo lembrando o discurso de Steve Jobs: você precisa encontrar o que você ama!
Stay Hungry. Stay Foolish.